Astrologia Em 1988, foi publicado um artigo histórico na revista Experientia. Nele, o autor realizou uma extensa revisão dos artigos publicados sobre a astrologia e concluiu que "a astrologia é um grande e vacilante monumento à ingenuidade humana". (Experientia, Volume 44 (4), 15 Abr, 1988, Páginas 290-297). O psicólogo Bernard Silverman, da Michigan State University, estudou o casamento de 2978 casais e o divórcio de 478 casais, comparando com as previsões de compatibilidade ou incompatibilidade dos horóscopos e não encontrou qualquer correlação. Pessoas "incompatíveis" casam-se e divorciam-se com a mesma freqüência que as "compatíveis" (Silverman, B.I. Studies of Astrology. The Journal of Psychology. 1971, 77, 141-149). O psicólogo suíço Carl Jung (1875-1961), em seu livro "A Interpretação da Natureza e da Psique", chegou à mesma conclusão. O físico John McGervey, da Case Western University, estudou as biografias e datas de nascimento de 6000 políticos e 17000 cientistas e não encontrou qualquer correlação entre a data de nascimento e a profissão, prevista pela astrologia (Innumeracy, Paulos J.A.). |
Introdução |
No final do século XIX e início do século XX, a astrologia sofria um grande declínio, porém voltou a florescer durante os anos 70, e atualmente é quase impossível encontrar alguém que não saiba qual é o seu signo ou que nunca tenha lido no jornal o que os astros lhe reservaram para aquele dia. Outros vão mais longe e consultam os astros para tomar decisões do tipo quem contratar para um emprego ou em quais ações investir. Outros prevêm osresultados de eleições presidenciais.
Nos primórdios a Astronomia e a astrologia eram indistinguíveis, o estudo dos astros envolvia também a elaboração de previsões e horóscopos, e muitos astrônomos famosos como Tycho Brahe(1546-1601) e Johannes Kepler (1571-1630) obtinham seu sustento fazendo horóscopos para os governantes.
A base da astrologia é simples: a personalidade e o destino de uma pessoa ou nação são governados pela posição dos astros no momento do nascimento. Existem vários ramos da astrologia: aastrologia horária, que faz uma conexão entre a hora exata e local de nascimento da pessoa com a data, hora e local da consulta astrológica; a astrologia tradicional (pré-1700) que afirma ser possível prever todos os tipos de eventos mundiais a partir das doze casas do horóscopo; a macro-astrologia, que considera apenas as eras zodiacais (Era de Aquário, de Peixes etc) para fazer previsões em escala mundial; a astrologia psicológica, que utiliza não apenas o signo solar, mas também as posições e interações dos nove planetas para compreender a personalidade da pessoa; finalmente, a mais difundida de todas, a astrologia do signo solar, que é encontrada em jornais, revistas e também na internet. Apesar da maioria dos astrólogos atestarem a imprecisão desta última, a astrologia do signo solar não é abandonada e continua a gerar grandes lucros por ser a forma mais popular de astrologia.
As origens da astrologia
No final do século XIX e início do século XX, a astrologia sofria um grande declínio, porém voltou a florescer durante os anos 70, e atualmente é quase impossível encontrar alguém que não saiba qual é o seu signo ou que nunca tenha lido no jornal o que os astros lhe reservaram para aquele dia. Outros vão mais longe e consultam os astros para tomar decisões do tipo quem contratar para um emprego ou em quais ações investir. Outros prevêm osresultados de eleições presidenciais.Nos primórdios a Astronomia e a astrologia eram indistinguíveis, o estudo dos astros envolvia também a elaboração de previsões e horóscopos, e muitos astrônomos famosos como Tycho Brahe(1546-1601) e Johannes Kepler (1571-1630) obtinham seu sustento fazendo horóscopos para os governantes.
A base da astrologia é simples: a personalidade e o destino de uma pessoa ou nação são governados pela posição dos astros no momento do nascimento. Existem vários ramos da astrologia: aastrologia horária, que faz uma conexão entre a hora exata e local de nascimento da pessoa com a data, hora e local da consulta astrológica; a astrologia tradicional (pré-1700) que afirma ser possível prever todos os tipos de eventos mundiais a partir das doze casas do horóscopo; a macro-astrologia, que considera apenas as eras zodiacais (Era de Aquário, de Peixes etc) para fazer previsões em escala mundial; a astrologia psicológica, que utiliza não apenas o signo solar, mas também as posições e interações dos nove planetas para compreender a personalidade da pessoa; finalmente, a mais difundida de todas, a astrologia do signo solar, que é encontrada em jornais, revistas e também na internet. Apesar da maioria dos astrólogos atestarem a imprecisão desta última, a astrologia do signo solar não é abandonada e continua a gerar grandes lucros por ser a forma mais popular de astrologia.
A astrologia surgiu no vale dos rios Tigres e Eufrates por volta de 3000 a.C. Os mesopotâmios e os babilônios acreditavam que o movimento dos planetas, do Sol e da Lua influenciavam os destinos dos governantes e das nações. Ela começou a se espalhar pelo Ocidente quando os gregos absorveram parte da cultura babilônica por volta de 500 a.C. E por volta de dois séculos antes de Cristo, eles a democratizaram ao atribuir a influência dos astros sobre a personalidade e o futuro de todas as pessoas e não apenas dos governantes e das nações.
As origens da astrologia podem ser facilmente compreendidas. Na Antigüidade, as pessoas utilizavam os corpos celestes e seus movimentos para medir a passagem do tempo. O nascer e o pôr-do-sol marcavam a jornada de um dia; as fases da Lua marcavam a passagem dos meses e as constelações marcavam a passagem dos anos. Portanto, os astros pareciam governar as estações do ano, as colheitas, o ciclo de vida de muitos animais, as marés e até o ciclo menstrual humano.
Não confunda Astrologia com Astronomia
As constelações
A nomeação das constelações do zodíaco como nós as conhecemos data da época da criação da astrologia pelos babilônios, ou seja entre 2000 e 3000 a.C. Naquela época, em seu caminho aparente pelo céu (denominado eclíptica), o Sol transitava por doze constelações, os signos zodiacais. Mas, devido à precessão da Terra (ver adiante), isto mudou e atualmente o Sol transita por treze constelações.Além disso, as estrelas não são fixas no céu. Elas se movem em relação ao Sol com velocidades da ordem de vários quilômetros por segundo e portanto suas posições mudam com o tempo. No entanto, como as estrelas estão muito distantes da Terra, a mudança é bastante lenta para um observador no nosso planeta e desde os babilônios as constelações mudaram pouco.
Outras culturas também perceberam padrões no céu, no entanto, os padrões são diferentes entre si. Isto significa que as estrelas que pertencem à constelação de Órion podem ser parte de uma constelação totalmente diferente para povos da Ásia e África, por exemplo.
É importante lembrar que todas as estrelas visíveis a olho nu estão contidas em uma esfera de 156 anos-luz, ou seja, estão dentro da nossa galáxia que, por sua vez, possui 100.000 anos-luz de diâmetro. Por outro lado, as estrelas que compõem uma constelação, apesar de parecerem estarem próximas, na maioria das vezes estão muito distantes entre si. Portanto, as constelações são padrões arbitrários.
As figuras a seguir mostram a constelação de Órion vista no céu (a), sua representação (b) e a localização das estrelas no espaço sideral (c).
Gravidade
A teoria gravitacional descrita pelo astrônomo inglês Isaac Newton, no século XVII, mostra que massa atrai massa com uma força proporcional ao produto das massas envolvidas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas. Ou seja, quanto maiores as massas dos objetos, maior a atração, ao passo que quanto maior a distância muito menor é a atração.Esta força de atração, denominada gravidade, é que nos prende à superfície terrestre, mantém a Lua girando em torno da Terra e a própria Terra girando em torno do Sol. O movimento de todos os corpos celestes também é governado pela gravidade. E as interações gravitacionais entre Lua e a Terra são responsáveis pelo fenômeno das marés.
Precessão
Devido a uma ação conjunta da gravidade da Lua e do Sol sobre a Terra, seu eixo de rotação gira lentamente da mesma forma que um pião desequilibrado. São necessários cerca de 26.000 anos para que ocorra uma precessão completa, ou seja, para que o eixo de rotação da Terra gire 360°. Em termos astronômicos, isto significa que as posições das estrelas no céu, para um observador na Terra, mudam lentamente com o passar dos anos.A figura mostra o plano da eclíptica, assim como a atual estrela polar, aquela que indica a direção do Pólo Norte, Polaris; Vega, a futura estrela polar (em 14000 d.C.) e também Thuban, a estrela polar em 3000 a.C.
Qual é o mecanismo da astrologia?
Muitos apontam como evidência da influência dos astros sobre as pessoas o fato da gravidade do Sol e da Lua serem fortes o suficiente para causar a subida e descida das marés. Se a Lua pode afetar os marés pode certamente afetar uma pessoa, afinal, assim como os oceanos, nós somos constituídos por 70% de água e que passamos 9 meses flutuando em água salgada, o líquido amniótico. No entanto, estudos sobre a influência da Lua sobre as pessoas mostram o contrário. Além disso, tanto a teorias gravitacionais de Newton e de Einstein quanto a teoria eletromagnética de Maxwell comprovam que o efeito dos astros sobre pessoas é complemente desprezível, isto é, muito menor do que o efeito dos outros corpos na própria Terra. O obstetra que realiza o parto de uma criança exerce uma atração gravitacional sobre ela seis vezes maior do que o planeta Marte, pois embora a massa de Marte seja muito maior do que a do obstetra, o planeta está muito mais distante. Roger Culver e Philip Ianna no seu livro sobre astrologia, Astrology: True or False (1988, Prometheus Books), fizeram vários cálculos mostrando que para qualquer força, seja ela gravitacional ou magnética, os efeitos dos planetas são desprezíveis quando comparados àqueles exercidos por objetos e pessoas na própria Terra. Um efeito desconhecido que não depende da distância Alguns astrólogos afirmam que realmente não é nenhuma das forças conhecidas o mecanismo por trás da astrologia. As quatro forças conhecidas pela Ciência, gravidade, eletromagnetismo, forças nuclear forte e nuclear fraca, descrevem o universo muito bem sem a necessidade de nenhuma outra força. Mas a astrologia alega existir uma "efeito astrológico" que só se manifesta no que diz respeito à vida das pessoas e que não depende da distância. O efeito dos planetas, como Marte, sobre os horóscopos é o mesmo quando Marte está do mesmo lado do Sol que a Terra e quando ele está do outro lado do Sol, cinco vezes mais distante. Se o efeito não depende da distância, porque não levar em conta o efeito das estrelas mais distantes, galáxias, quasares e buracos negros? Porque só considerar as estrelas visíveis a olho nu e os planetas? Existem bilhões de objetos estupendos em nosso universo que podem exercer sua "força astrológica" sobre nós. Será que um horóscopo que não leva em consideração a influência de Rigel, o pulsar existente na nebulosa do Caranguejo ou o buraco negro no centro da Via Láctea está realmente completo? É interessante notar que outros objetos do nosso sistema solar como os asteróides são deixados de fora da análise astrológica individual. Não é função da luminosidade do corpo celeste A influência astrológica também não depende da visibilidade dos corpos celestes, pois apesar de somente as estrelas visíveis serem consideradas, os planetas invisíveis a olho nu, Urano, Netuno e Plutão, são considerados nos atuais cálculos astrológicos. Outros aspectos confusos da astrologia Alguns astrólogos baseiam suas previsões ou conclusões nas posições dos planetas. Antigamente, como não se conheciam nem Netuno, Urano ou Plutão, as previsões não levavam em consideração estes planetas importantes para as atuais previsões. Os planetas só têm influência se soubermos da sua existência? Quem desconhece a existência de planetas e astrologia sentirá a influência dos astros? Estudos mostram que não (Introversion-Extraversion: astrology versus psychology, Jan J. F. Van Rooij, Person. Individ. Diff. Vol. 16. No. 6, 985-988, 1994.). Se a astrologia é explicada por uma força desconhecida da Ciência e independente da distância, por que anomalias e discrepâncias nos horóscopos antigos não levaram os astrólogos a preverem a existência destes planetas? (Anomalias nas órbitas dos planetas conhecidos levaram os astrônomos a procurar os objetos que causavam estes efeitos gravitacionais e foi assim que Netuno e Plutão foram descobertos). Uma era zodiacal, como a era de Aquário, dentro de uma perspectiva astronômica, é definida como o período em anos em que o Sol, no dia do Equinócio Vernal (início do outono no hemisfério Sul), nasce em uma determinada constelação: Áries, Peixes ou Aquário, por exemplo. Devido à precessão da Terra, a posição do Sol no céu no dia do Equinócio Vernal se modificou lentamente desde os tempos dos babilônicos. A área ocupada por uma constelação no céu é limitada por uma borda imaginária que a separa das demais constelações. Em 1929, a União Astronômica Internacional definiu as bordas das 88 constelações oficiais. A borda estabelecida entre Peixes e Aquário localiza o início da Era de Aquário por volta de 2600 d.C. Os astrólogos não utilizam esta convenção e afirmam " que os acontecimentos atuais mostram que já estamos na Era de Aquário". Pelo menos eles aceitam o fenômeno da precessão. Certo? Errado. Os signos zodiacais continuam sendo definidos pela data do nascimento da mesma forma que no tempo de Ptolomeu (85-165 d. C.). O signo solar deveria indicar a constelação em que o Sol está no momento do nascimento, mas os astrólogos atuais utilizam as constelações erradas, porque esquecem de computar a precessão da Terra. Será que a definição do signo solar deveria ser a constelação em que o Sol vai estar daqui mais ou menos um mês do nascimento? Porque hoje em dia é isto que ocorre, além de não considerarem o trânsito do Sol em Ofiúco. Na época dos babilônicos a constelação de Ofiúco não fazia parte do zodíaco, mas hoje em dia esta constelação relativamente grande pertence ao zodíaco devido à precessão.
Alguns astrólogos afirmam, ao contrário da maioria, utilizar o chamado zodíaco tropical. Neste caso, os signos são designados a partir do Equinócio Vernal, ou seja, estes astrólogos afirmam que por volta de 21 de março, o Sol nasce na constelação de Áries (oficialmente, pela União Astronômica Internacional, nasce em Peixes). A partir daí, o ano é dividido igualmente entre os doze signos. Alguns dizem incluir a constelação de Ofiúco, mas você conhece alguém que seja do signo de Ofiúco? Nem eu. De qualquer forma isto corrige localmente o problema do erro astronômico na designação dos signos, mas não corrige o problema de relacionar eventos astronômicos reais com o nascimento. Quando se utiliza o zodíaco tropical não existe nenhuma relação entre a posição real do Sol, da Lua e dos planetas com as constelações, exatamente o que ocorre quando é utilizado o zodíaco comum descrito na tabela anterior. Além disso, antes de 300 a.C., quando estávamos na Era de Áries, o zodíaco tropical não coincidia com o zodíaco comum aperfeiçoado por Ptolomeu. Por que então o zodíaco tropical deve ser utilizado? Somente porque corrige parcialmente para a Era atual as discrepâncias da precessão? Enfim, apesar da astrologia ser tão antiga quanto a Astronomia e de vários astrônomos que contribuíram significativamente para o avanço da Astronomia também ganharem a vida como astrólogos, não existe sequer uma teoria sobre o mecanismo através do qual os astros influenciam tanto as pessoas. Estudos experimentais
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