O termo "hipnose" (grego hipnos = sono + latim osis = ação ou processo) deve o seu nome ao médico e pesquisador britânico James Braid (1795-1860), que o introduziu pois acreditou tratar-se de uma espécie de sono induzido. (Hipnos era também o nome do deus grego do sono).
Quando tal equívoco foi reconhecido, o termo já estava consagrado, e
permaneceu nos usos científico e popular. O termo não se deve ao latim,
mas foi dado por um medico em homenagem ao Deus do sono hypno.
A hipnose é uma excelente ferramenta terapêutica na clínica odontológica. É comumente chamado de HIPNODONTIA, termo criado por Burgem em 1928, que, embora errado, pois não se hipnotiza o dente, permanece sendo usado por questões históricas.
Em 1836, J. V. Oudet fez a primeira extração dentária sob hipnose sem anestesia química. Desta época aos dias atuais foi grande o avanço em técnicas e possibilidades do uso da hipnose na Odontologia.
Dado sua diversidade, a escolha da técnica adequada para diminuição da tensão e da dor nos tratamentos dependerá do hipnotizador e do paciente. Este necessariamente participará do processo de escolha e a permitirá baseado em princípios e conceitos estabelecidos previamente (no Rapport).
Diferentemente dos consultórios médicos e psicológicos, no odontológico encontramos a auxiliar. A percepção de sua presença poderá significar quebra do rapport, superficialização ou dificuldade da entrada do transe numa outra oportunidade. No momento da indução, normalmente, a auxiliar não está na sala.
A indução hipnótica para o tratamento dentário poderá ser realizada por outros profissionais hipnoterapeutas. No consultório do profissional hipnotizador, o paciente poderá ser "preparado" recebendo um signo-sinal que será utilizado pelo cirurgião dentista. É mais recomendável, entretanto, pelas sutilezas necessárias do tratamento, que o cirurgião dentista realize o processo hipnótico, favorecendo uma perfeita integração entre ele e o paciente.
A hipnose na clínica odontológica é usada em pacientes com história de receios, medos ou fobias, mas pode ser proposta a qualquer paciente que a aceite como coadjuvante de seu tratamento para um relaxamento durante os procedimentos técnicos muitas vezes desagradáveis.
As principais vantagens no uso da hipnose são:
• Anestesia localizada e seu desaparecimento logo após o tratamento, não tendo o paciente que permanecer com os incômodos por ela provocados. Na conjugação com a anestesia química, a quantidade desta será tão diminuída que os incômodos pós-anestesia serão também mínimos.
• Controle salivar e controle do sangramento; analgesia pós-operatória; recuperação pós-operatória extremamente facilitada e rápida; eliminação e/ou não produção de cansaço ao paciente; redução de tensões do cirurgião dentista.
As indicações da hipnose em Odontologia são:
• Condicionamentos: na aceitação ao tratamento odontológico; na adaptação a próteses; adaptação a aparelhos ortodônticos; facilitar o ensino de hábitos higiênicos; facilitar a eliminação de hábitos viciosos.
• Remoção de fobias ligadas ao tratamento odontológico; relaxamento geral
• Relaxamento específico: da língua; da musculatura envolvida para: tratamento de trismos, tratamento de luxação das articulações temporo-mandibulares, obtenção de relação maxilo-mandibulares, manutenção de abertura bucal sem cansaço
• Catalepsia mandibular; surdez; analgesia; anestesia superficial ou profunda; sialostasia; hemostasia.
Durante o processo hipnótico em odontologia devemos estar atentos para alguns fenômenos espontâneos que ocorrem e que tem um interesse mais específico para nossa área, como por exemplo: modificação do fluxo salivar; queda da temperatura corporal (durante a hipnose em geral ocorre uma diminuição da temperatura corporal por volta de 1,5 a 2ºC, por isso deveremos estar vigilantes para a necessidade de controlarmos ou normalizarmos a temperatura do paciente, desligando o ar condicionado, oferecendo-lhe algo para se agasalhar ou dissociando-o de maneira que se sinta em um local de temperatura mais agradável como, por exemplo, uma praia, um campo ensolarado ou outra situação que tenha ficado definida no rapport; extremo relaxamento muscular dificultando a catalepsia bucal etc.
Um fato interessante que se observa em pacientes fóbicos específicos aos tratamentos odontológicos é que, após alguma sessões sob hipnose, eles já começam a aceitar o tratamento sem o uso da hipnose, pois aprendem um novo padrão de respostas aos estímulos do tratamento odontológico.
Os pacientes que se submetem ao tratamento odontológico sob hipnose podem chegar ao consultório através da indicação de: hipnoterapeutas, cirurgiões dentistas e amigos. Neste caso o índice de aceitação ao tratamento e ao profissional (rapport indireto) é muito alto, contribuindo assim para o aprimoramento do rapport, que é de fundamental importância. Aqueles que chegam para se tratar de maneira tradicional e que, para os quais, notamos a necessidade do uso da hipnose, sua aceitação vai depender da abordagem usada para sua aceitação. É importante conhecer todos os tipos de crenças envolvidas e fazer o esclarecimento a respeito de forma adequada e ética.
A hipnose é uma excelente ferramenta terapêutica na clínica odontológica. É comumente chamado de HIPNODONTIA, termo criado por Burgem em 1928, que, embora errado, pois não se hipnotiza o dente, permanece sendo usado por questões históricas.
Em 1836, J. V. Oudet fez a primeira extração dentária sob hipnose sem anestesia química. Desta época aos dias atuais foi grande o avanço em técnicas e possibilidades do uso da hipnose na Odontologia.
Dado sua diversidade, a escolha da técnica adequada para diminuição da tensão e da dor nos tratamentos dependerá do hipnotizador e do paciente. Este necessariamente participará do processo de escolha e a permitirá baseado em princípios e conceitos estabelecidos previamente (no Rapport).
Diferentemente dos consultórios médicos e psicológicos, no odontológico encontramos a auxiliar. A percepção de sua presença poderá significar quebra do rapport, superficialização ou dificuldade da entrada do transe numa outra oportunidade. No momento da indução, normalmente, a auxiliar não está na sala.
A indução hipnótica para o tratamento dentário poderá ser realizada por outros profissionais hipnoterapeutas. No consultório do profissional hipnotizador, o paciente poderá ser "preparado" recebendo um signo-sinal que será utilizado pelo cirurgião dentista. É mais recomendável, entretanto, pelas sutilezas necessárias do tratamento, que o cirurgião dentista realize o processo hipnótico, favorecendo uma perfeita integração entre ele e o paciente.
A hipnose na clínica odontológica é usada em pacientes com história de receios, medos ou fobias, mas pode ser proposta a qualquer paciente que a aceite como coadjuvante de seu tratamento para um relaxamento durante os procedimentos técnicos muitas vezes desagradáveis.
As principais vantagens no uso da hipnose são:
• Anestesia localizada e seu desaparecimento logo após o tratamento, não tendo o paciente que permanecer com os incômodos por ela provocados. Na conjugação com a anestesia química, a quantidade desta será tão diminuída que os incômodos pós-anestesia serão também mínimos.
• Controle salivar e controle do sangramento; analgesia pós-operatória; recuperação pós-operatória extremamente facilitada e rápida; eliminação e/ou não produção de cansaço ao paciente; redução de tensões do cirurgião dentista.
As indicações da hipnose em Odontologia são:
• Condicionamentos: na aceitação ao tratamento odontológico; na adaptação a próteses; adaptação a aparelhos ortodônticos; facilitar o ensino de hábitos higiênicos; facilitar a eliminação de hábitos viciosos.
• Remoção de fobias ligadas ao tratamento odontológico; relaxamento geral
• Relaxamento específico: da língua; da musculatura envolvida para: tratamento de trismos, tratamento de luxação das articulações temporo-mandibulares, obtenção de relação maxilo-mandibulares, manutenção de abertura bucal sem cansaço
• Catalepsia mandibular; surdez; analgesia; anestesia superficial ou profunda; sialostasia; hemostasia.
Durante o processo hipnótico em odontologia devemos estar atentos para alguns fenômenos espontâneos que ocorrem e que tem um interesse mais específico para nossa área, como por exemplo: modificação do fluxo salivar; queda da temperatura corporal (durante a hipnose em geral ocorre uma diminuição da temperatura corporal por volta de 1,5 a 2ºC, por isso deveremos estar vigilantes para a necessidade de controlarmos ou normalizarmos a temperatura do paciente, desligando o ar condicionado, oferecendo-lhe algo para se agasalhar ou dissociando-o de maneira que se sinta em um local de temperatura mais agradável como, por exemplo, uma praia, um campo ensolarado ou outra situação que tenha ficado definida no rapport; extremo relaxamento muscular dificultando a catalepsia bucal etc.
Um fato interessante que se observa em pacientes fóbicos específicos aos tratamentos odontológicos é que, após alguma sessões sob hipnose, eles já começam a aceitar o tratamento sem o uso da hipnose, pois aprendem um novo padrão de respostas aos estímulos do tratamento odontológico.
Os pacientes que se submetem ao tratamento odontológico sob hipnose podem chegar ao consultório através da indicação de: hipnoterapeutas, cirurgiões dentistas e amigos. Neste caso o índice de aceitação ao tratamento e ao profissional (rapport indireto) é muito alto, contribuindo assim para o aprimoramento do rapport, que é de fundamental importância. Aqueles que chegam para se tratar de maneira tradicional e que, para os quais, notamos a necessidade do uso da hipnose, sua aceitação vai depender da abordagem usada para sua aceitação. É importante conhecer todos os tipos de crenças envolvidas e fazer o esclarecimento a respeito de forma adequada e ética.
Contudo, deve ficar claro que hipnose não é uma espécie ou forma de sono. Os dois estados de consciência são claramente distintos e a tecnologia moderna pode comprová-lo de inúmeras formas, inclusive pelos achados eletroencefalográficos de ambos, que mostram ondas cerebrais de formas, frequências e padrões distintos para cada caso. O estado hipnótico é também chamado transe hipnótico.
Segundo Adriano Faccioli
(2006): "A hipnose, em termos mais estritamente descritivos, é o
procedimento de sugestões reiteradas e exaustivas, aplicadas geralmente
com voz serena e monotônica em sujeitos que algumas vezes correspondem
às mesmas, realizando-as, seja no plano psicológico ou comportamental.
Estes sujeitos responsivos também costumam relatar alterações de
percepção e consciência durante a indução hipnótica. E em alguns casos
respondem de modo surpreendente ao que lhes é sugerido, o que pode
incluir, por exemplo, anestesia, alucinações, comportamento bizarro e
ataques convulsivos." (p. 15)
Apesar das controvérsias que ainda cercam o tema, se os efeitos da hipnose são legítimos ou não, Facioli (2006) ressalta:
"Dado o impacto geralmente produzido em todos os envolvidos, sejam
hipnotizados, hipnotizadores ou observadores, a hipnose é algo que
merece atenção. Seja ela um fenômeno neurológico, psicológico ou de
coação social, são válidas as tentativas sensatas e sinceras de
compreendê-la. Mesmo que a hipnose seja simplesmente uma farsa, não há
dúvidas de que por meio dela podemos compreender melhor o que é o ser
humano, seu psiquismo, e sua relação com os outros de sua espécie."
(p. 16).
Generalidades
É um conjunto de técnicas psicológicas e fisiológicas usadas para a
modificação gradual da atenção. Durante este processo, o grau de
suscetibilidade à hipnose é medido pela capacidade dos pacientes em
desconectar sua consciência do mundo exterior e se concentrar em
experiências sugeridas pelo hipnólogo. Quanto maior for essa capacidade,
maior serão as possibilidade do paciente desenvolver fenômenos
hipnóticos sugeridos, dentre os quais podemos destacar: amnésia total ou
parcial da experiência hipnótica, anestesia, modificação da percepção,
alucinações, crises histéricas, aguçamento da memória, modificação nas
respostas fisiológicas, entre outros.(LOPES,2005.)
Hipnose auto-induzida, também chamada de auto-hipnose, consiste na aplicação das sugestões hipnóticas em si mesmo.
Hipnose alter-induzida pode, por analogia, ser chamada alter-hipnose — embora esta não seja expressão de uso corrente — e consiste na aplicação de sugestões hipnóticas por outra (latim alter = outro) pessoa (o hipnotizador) num aquiescente (hipnotizado, paciente).
Alguns especialistas afirmam que toda hipnose é, afinal, auto-hipnose,
pelo fato de depender precisamente da aquiescência ou consentimento
(num dado grau ou nível, ainda que incipiente) daquele que deseja ou,
pelo menos, concorda com ser hipnotizado.
Na maioria dos indivíduos, é possível induzi-la com métodos e técnicas diversos.
Quando um hipnotizador induz um transe hipnótico, estabelece uma
relação ou comunicação muito estreita com o hipnotizado. Isso, de fato, é
essencial para o sucesso da hipnose.
Hipnose muitas vezes é empregada em tratamentos psicológicos e
médicos (e/ou psiquiátricos). Quando em uso por psicólogos e médicos —
sendo o paciente submetido à hipnose, para o desejado fim terapêutico — fala-se apropriadamente em hipnose terapêutica (hipnoterapia).
Com efeito, é possível tratar alguns problemas de comportamento, como o tabagismo, as disfunções alimentares (como anorexia, bulimia, desnutrição e obesidade), bem como a insônia, entre tantos problemas, com o uso adequado e competentemente supervisionado da hipnose — a hipnoterapia.
Se é o terapeuta que se acha em estado ou transe hipnótico (usualmente auto-induzido, conquanto possa ser também alter-induzido) — e, nesse estado hipnótico, prescreve tratamento para a cura de doenças ao paciente em estado não-hipnótico, emprega-se o termo hipniatria, sendo que o terapeuta, neste caso, passa a ser chamado de hipniatra.
Contudo, a maioria dos médicos psiquiatras ainda acredita que as doenças psiquiátricas fundamentais têm melhor tratamento e, portanto, chance de sucesso ou cura, com o paciente em estado de consciência normal (desperto ou de vigília).
Em Anestesiologia', o termo hipnose pode referir-se ao estado de inconsciência temporário induzido pela administração de fármacos específicos, segundo a concepção original do termo, embora seja uso inapropriado do termo.
Algumas vezes, usa-se hipnose apenas com propósitos de apresentação circense ou assemelhada, conhecida como "hipnose de palco".
Ao contrário do que algumas pessoas ignorantes pensam, muito raramente
há charlatanismo, pois tal seria mais dificil de realizar que o show
honesto.
É frequentemente referido na literatura especializada, não ser possível o seu uso com propósitos antiéticos,
visando obter de alguém (hipnotizado) alguma vantagem ou subserviência
para fins escusos. Nesse ponto todos os hipnologos estão de acordo, pelo
que ja' nem é tema de discussão técnica.
Atualmente a versão mais abrangente da Hipnose é a Escola da Hipnose Ericksoniana
também é conhecida como Hipnose Moderna, pelo motivo de utilização do
método conversacional ou simplesmente o uso coloquial das palavras. Em
uma conversa tradicional ou em uma contação de histórias a pessoa é
levada a um estado alterado de consciência, facilitando o entendimento,
processamento e interação inconscientes.
O termo não se deve ao latim, mas foi dado por um medico em homenagem
ao Deus do sono hypno. Para mais informaçoes veja a reportagem http://globotv.globo.com/globo-news/espaco-aberto/v/hipnose-ajuda-no-tratamento-de-doencas/1712480/
Notícias históricas
Franz Anton Mesmer (1734-1815)
um médico que havia aprendido realizar curas com um padre, desenvolveu
uma das primeiras técnicas de humanização em saúde. Mesmer elaborou o
Magnetismo Animal, uma forma de psicterapia que aplicava passes com
objetivo de conduzir as pessoas a um estado de transe onde ocorreria
catarse. Mesmer foi acusado de charlatanismo, pois o Magnetismo Animal
não possuia validação científica e usava teorias astrológicas para
explicar as curas obtidas. Sua terapia passou a ganhar novos adeptos em
vários países da Europa, tendo uma forte influência na "descoberta" da
hipnose (LOPES, 2005). Até hoje se utilizam os termos mesmerizar e mesmerismo como sinônimos de hipnotizar e hipnotismo, dando-lhe, assim, o merecido reconhecimento na literatura até os dias atuais.
James Braid (1795-1860), iniciou a hipnose científica. Cunhou, em 1842, o termo hipnotismo (do grego hipnos = sono), para significar o procedimento de indução ao estado hipnótico. Hipnose, hipnotismo,
ficou logo claro, eram termos inadequados (não se dorme durante o
processo). O uso, porém, já os havia consagrado e não mais se conseguiu
modificá-los, remanescendo até a atualidade.
James Esdaile (1808-1868), utilizou, como cirurgião, a anestesia hipnótica (hipnoanalgesia)
para realizar aproximadamente 3.000 (três mil) cirurgias sem a
necessidade de anestésicos químicos. Nestas estão incluídas até mesmo
extração de apêndice entre outros procedimentos de grande vulto. Todas
as cirurgias estão devidamente catalogadas. Talvez o método de Esdaile
não tenha tido maior projeção científica porque, à mesma época, foram
descobertos os anestésicos químicos (éter, clorofórmio e óxido nitroso) que passaram a fazer parte dos procedimentos médicos da nobreza europeia.
Curioso é saber que os anestésicos químicos mataram muito mais pessoas
que se imagina, dada à ignorância das reações ao procedimento. Tal nunca
ocorreu com a hipnose.
Ivan Pavlov (1849-1936), famoso neurofisiologista russo, conhecido por suas pesquisas sobre o comportamento, que foram o ponto de partida para o Behaviorismo e o advento da Psicologia Científica do Comportamento; estudou os efeitos da hipnose sobre o córtex cerebral e a indicação terapêutica deste tipo de intervenção.
Jean Charcot (1825-1893), conhecido médico da escola de Salpetriére (França), professor de Freud, estudou os efeitos da hipnose em pacientes histéricos. Charcot afirmava que apenas histéricos eram hipnotizáveis, mas outros médicos contemporâneos constataram que a hipnose é parte do funcionamento normal do cérebro de qualquer pessoa. Muitos dos erros cometidos por Charcot (e repetidos por Freud) levaram a crer na ineficácia da hipnose, o que foi rebatido anos depois.
Sigmund Freud (1856-1939), médico neurologista, nascido na Morávia (atual República Tcheca), autor da maior literatura acerca do inconsciente humano, fundador da psicanálise,
aplicou a hipnose profunda no começo de sua carreira e acabou por
abandoná-la, pois, ele a utilizava para a obtenção de memórias
reprimidas (Freud não sabia que nem todas as pessoas são suscetíveis à hipnose profunda facilmente).
Conceito de Hipnose
Segundo Milton M. Erickson –
"Suscetibilidade ampliada para a região das capacidades sensoriais e motoras para iniciar um comportamento apropriado."
Segundo a American Psychological Association – (1993)
"A hipnose é um procedimento durante o qual um pesquisador ou
profissional da saúde, sugere que um cliente, paciente ou indivíduo
experimente mudanças nas sensações, percepções, pensamentos ou
comportamento."
Segundo os psicólogos Clystine Abram e Gil Gomes:
"A hipnose é um estado de concentração focalizada que permite acessar
as estruturas cognitivas, os pensamentos e as crenças, identificando os
sentimentos que estão relacionados a essa forma de processar os
estímulos percebidos. Adequando o processamento das percepções e
absorvendo o que é sugestionado."
Segundo o psicólogo e especialista em Hipnose, Odair J. Comin: "A
hipnose é um conjunto de fenômenos específicos e naturais da mente, que
produzem diferentes impactos, tanto físicos quanto psíquicos. Esses
fenômenos poderão ser induzidos ou autoinduzidos através de estímulos
provenientes dos cinco sentidos, sejam eles conscientes ou não".
Competência, método e técnica em hipnose
Método refere-se ao caminho utilizado por um sujeito para alcançar dado objeto; técnica, ao instrumento utilizado para esse fim.
Quanto ao método, é essencial que o hipnotizador estabeleça estreito
vínculo de confiança com o intencionado a ser hipnotizado. Assim, a empatia entre ambos é, em realidade, o caminho através do qual a(s) técnica(s) poderá(ao) ser aplicada(s).
Conquanto psicólogos e médicos hipnoterapêutas possam reivindicar exclusividade em tal domínio, é
também verdadeiro que hipnotizadores leigos podem desenvolver as
habilidades de hipnose com perfeito sucesso em praticamente todas as
áreas.
É de se observar que países diferentes tratam diferentemente a matéria. Na Inglaterra e em muitos países europeus, não é exigida essa formação pregressa para que o hipnotizador exerça efetivamente a hipnoterapia: basta que, submetido, a uma banca examinadora competente, comprove ser capacitado para tal. Nos Estados Unidos
a profissão de hipnoterapeuta está registrada no catálogo federal de
ocupações há mais de 30 anos, sendo que profissionais não formados nas
áreas de medicina ou psicologia trabalham apenas com mudanças
vocacionais e avocacionais, podendo, sob recomendação, auxiliar em
tratamentos médicos e psicológicos através da hipnoterapia. No Brasil a hipnose é uma técnica de livre exercício.
Há todo um conjunto de técnicas desenvolvidas para levar o paciente a experimentar tal estado especial, entre elas:
- Fixação do olhar;
- Sugestões verbais;
- Indução de relaxamento ou visualizações;
- Concentração de foco de atenção, geralmente interiorizado;
- Aplicação de estímulo de qualquer natureza, repetitivo, rítmico, débil e monótono;
- Utilização de aparelhos eletrônicos, com estímulo de ondas cerebrais alfa.
Características do estado hipnótico
Transe hipnótico não é inconsciência
Embora durante a indução hipnótica frequentemente se utilizem
expressões como "durma e sono", tal é feito porque tais palavras criam a
disposição correta para o aparecimento do transe. Não significam, em
absoluto, ingresso em estado inconsciente.
Traçados eletroencefalográficos de pacientes em transe, mesmo
profundo, aparentemente adormecidos, revelam ondas alfa características
do estado de vigília em relaxamento.
O paciente em transe percebe claramente o que ocorre à sua volta, e pode relatá-lo.
A parte mais importante da indução hipnótica se denomina rapport, que
pode ser definido como uma relação de confiança e cooperação entre o
hipnólogo e o paciente. Qualquer violação desta relação com sugestões
ofensivas à integridade do paciente resultaria em interrupção imediata e
voluntária do estado de transe por parte do mesmo. Infundado, portanto,
o temor de revelar segredos contra a vontade ou praticar atos
indesejados. Da mesma forma, a crença de que se pode morrer em transe ou
não mais acordar é meramente folclórica e não corresponde à realidade.
Um paciente "esquecido" pelo hipnólogo sairia espontaneamente do transe
ou passaria deste para sono fisiológico em poucos minutos.
Auto-hipnose
Na verdade o paciente não é propriamente hipnotizado, mas antes
ensinado a desenvolver o estado de transe hipnótico. Tal só poderá ser
realizado com seu consentimento e participação ativa e interessada nos
exercícios propostos. A velocidade do aprendizado e os fenômenos que
podem ou não ser desencadeados variam de pessoa para pessoa. O
treinamento é composto de uma série de exercícios que vão aperfeiçoando a
capacidade do indivíduo de aprofundar a sua experiência hipnótica.
Hipnoterapia: aplicações
Tratamento de doenças orgânicas e funcionais
Há um número muito grande de doenças
em que não existe lesão ou comprometimento da estrutura de determinado
órgão. Estas doenças são conhecidas como doenças funcionais, e nesse
grupo de patologias a hipnose, assim como o efeito placebo, obtém excelentes resultados.
Como exemplos de disfunções, citam-se:
- Neurológicas: Enxaquecas e outras cefaleias crônicas; certas tonturas e vertigens; zumbidos (tinnitus);
- Digestivas: Gastrites; dispepsias; obstipações; certas diarreias crônicas (síndrome do cólon irritável); halitose;
- Respiratórias: Asmas brônquicas; rinites alérgicas; roncos e apneia do sono;
- Genitourinárias: Enurese noturna; incontinência urinária; disúria funcional; dismenorreia; tensão pré-menstrual.
- Sexuais: Impotência psicológica; frigidez e vaginismo; ejaculação precoce; diminuição do libido;
- Dérmicas: Urticária e outras alergias; doenças de pele associadas a fatores emocionais;
- Cardiovasculares: Hipertensão arterial essencial, certas arritmias cardíacas.
Em todas as outras doenças, hipnose também é indicada, podendo
auxiliar quer no manejo dos sintomas desagradáveis ou ainda
potencializando ou provendo os recursos de cura do próprio paciente.
Sabe-se hoje da íntima relação do sistema imunológico e fatores
emocionais. A prática da hipnose pode predispor o organismo como um todo
para a cura ou manutenção da saúde.
Obviamente não se indica a hipnose como tratamento isolado ou
principal para doenças graves como o câncer. O paciente portador de
câncer, entretanto, que receber treinamento em hipnose, pode precisar de
menores doses de medicação analgésica, controlar melhor os efeitos
adversos do tratamento quimioterápico e radioterápico, ter melhor apetite e disposição geral, além de uma postura mais positiva frente à doença e seu tratamento.
Tratamento de distúrbios psicológicos
- Ansiedade, pânico, fobias, depressão e outros.
O sofrimento psicológico pode ser tão ou mais intenso e incapacitante quanto dor física.
As atuais técnicas psicoterápicas nem sempre são eficazes e por vezes são muito demoradas e onerosas.
Medicamento, conquanto competentemente prescrito, está freqüentemente
associado a efeitos colaterais, secundários desagradáveis. Afora o fato
de, também com frequência, não se conhecer medicamente, com a
profundidade necessária e suficiente, da doença.
Quer seja prescrita e praticada por hipnólogo médico ou por médico
prescrita / recomendada, porém praticada por hipnólogo não-médico, é
inconteste que hipnose pode ajudar a aliviar os sintomas e trazer
serenidade, ao capacitar a pessoa a apresentar respostas mais saudáveis
aos estímulos do meio, à sua própria história pessoal e às suas emoções.
Tratamento e cura de hábitos e vícios
É natural o desejo humano de construir o mundo que o cerca através de
suas próprias decisões. Muitas pessoas se acham aprisionadas por traços
de personalidade indesejáveis ou vícios como o jogo, o etilismo, o
tabagismo e a drogadição. A hipnose pode ajudar tais pessoas a
expandirem o controle sobre suas vidas, devolvendo-lhes o poder de optar
livremente, sem automatismos e a repetição de velhos hábitos nocivos.
Tratamento da disfunção alimentar
Em princípio, qualquer disfunção suscetível de psicoterapia, é tratável com hipnoterapia.
Emagrecimento saudável não pode ser obtido da noite para o
dia. Pelo menos não sem impor riscos e agredir o organismo com cirurgias
desnecessárias, dietas rigorosas e prejudiciais ou medicamentos
perigosos. E mesmo assim tais resultados raramente são duradouros.
As diferenças entre uma pessoa obesa e uma magra vão muito além do que a balança e o espelho registram.
O tratamento baseado em hipnose propõe uma reestruturação da
personalidade, na qual magreza e elegância acompanham mudanças profundas
e definitivas na relação do indivíduo com o mundo.
Analgesia em episódios de dor aguda ou crônica
Toda dor tem dois componentes: um físico, devido à lesão tecidual, e
um psicológico, que amplifica a percepção desta dor. O emprego de
técnicas hipnóticas pode desligar definitivamente o componente
psicológico da dor, diminuindo por si só grandemente a necessidade de
analgésicos. Excelentes resultados podem ser conseguidos também com o
componente físico da dor, porém aí são freqüentemente necessárias
sessões repetidas ou a prática de auto-hipnose. Lombalgias e outras
dores de coluna, LER/DORT e fibromialgia, dor pélvica crônica e outras
síndromes dolorosas respondem muito bem à hipnose.
Anestesia para procedimentos cirúrgicos
Na literatura médica há muitos relatos de cirurgias de grande porte
realizadas com anestesia puramente hipnótica. Em nosso meio tais estudos
estão se iniciando, e várias pequenas cirurgias já foram realizadas
tendo a hipnose como método único de anestesia. Mesmo nas ocasiões em
que a anestesia química é empregada, o uso de hipnose diminui
consideravelmente a quantidade de medicamentos empregados. Embora seja
ainda um método experimental que não substitui a anestesia convencional,
há evidências de que é uma ótima alternativa para pacientes que por
quaisquer motivos não podem submeter-se a anestesia por drogas.
Hipnose em obstetrícia
A obstetrícia é a área da medicina em que a hipnose se encontra mais
difundida, devido aos seus resultados impressionantes. Gestação e parto
são fisiológicos e naturais, e a hipnose pode ajudar a:
- Aliviar a hiperemese gravídica (vômitos da gravidez), dores lombares e urgência miccional;
- Disciplinar a alimentação da gestante, evitando ganho excessivo de peso;
- Fazer profilaxia da DHEG (doença hipertensiva específica da gestação);
- Promover analgesia durante o parto, relaxamento muscular e tranquilidade (parto sem dor);
- Diminuir a incidência de distócias e outras complicações;
- Fazer profilaxia da depressão pós-parto e estimulação da lactação.
Hipnose no auxílio ao aprendizado
Hipnose pode auxiliar no progresso nos estudos e aumentar a chance de
aprendizado em cursos e estudos regulares, bem como na aprovação em
concursos.
É possível:
- Expandir a capacidade de memorização;
- Auxiliar a estabelecer maior disciplina na rotina de estudos;
- Motivar o aprendizado;
- Desenvolver serenidade, fundamental para o bom desempenho em provas.
Relaxamento e redução de estresse
Perigos reais e sobrecargas mesclam-se com as exigências da vida nas cidades.
Preocupações profissionais invadem e destroem os momentos de lazer e
intimidade com a família. Vive-se constantemente em prontidão, em modo
de "lutar ou fugir", a resultar hiperatividade crônica do sistema
nervoso autônomo simpático e em muitos efeitos nocivos ao organismo.
O uso da hipnose (ou auto-hipnose) podem ser providenciais recursos
para restaurar a harmonia e o bem-estar, pessoal e/ou convivencial.
Hipnose e insônia
O sono tem uma arquitetura toda especial, e é constituído de diversas
fases, essenciais para a recuperação das funções mentais e do organismo
como um todo. Os medicamentos para dormir afetam esta arquitetura e
diminuem a qualidade do sono. A aplicação de técnicas hipnóticas pode
ser efetiva no combate à insônia.
Auto-hipnose
Já foi dito que, segundo vários especialistas, toda hipnose é, na verdade, uma auto-hipnose.
Auto-hipnose é uma habilidade extremamente útil para a promoção de saúde e bem-estar.
A melhor maneira de aprender a entrar em transe hipnótico é receber
treinamento por um hipnólogo. Via de regra, ensinar auto-hipnose é o
último passo de todo tratamento com hipnose, dotando o paciente de um
recurso valioso na busca de seu próprio aprimoramento pessoal.
Também pode ser utilizada apenas para atingir estado de relaxamento
profundo, dormir melhor, melhorando, pois, a qualidade de vida.
Hipnose e desempenho pessoal
É uma ambição universal querer ser uma pessoa melhor, considerados
todos os aspectos: pessoal, familiar, profissional social etc..
Aprender coisas novas, ter versatilidade e fazer cada vez melhor o que já se faz bem é anseio comum.
Através da prática da hipnose é possível suprir deficiências ou
estimular traços de personalidade desejáveis, como a autoconfiança e a
liderança, vencer a timidez, progredir nas relações pessoais e de
trabalho ou superar suas limitações quaisquer que sejam.
Hipnose criminalística e forense
Uma das aplicações da hipnose, para fins de investigação
criminalística e prática forense, é a possibilidade de regressão do
paciente à lembrança de fatos passados, inclusive da primeira infância.
Pela hipnose é possível a regressão de memória, em dias, meses e até
mesmo anos. Aqui se encontram as aplicações em vítimas ou testemunhas de
um crime, uma vez que fatos passados são relevantes para as
investigações policiais.
No Brasil, o Instituto de Criminalística do Paraná
criado pelo médico e psicólogo Rui Sampaio, é o primeiro, desde 1983,
na associação da hipnose como técnica auxiliar as investigações
criminais e, também, na confecção do retrato-falado hipnoassistido.
Tais experimentos obtiveram ótimos resultados, tendo sido criado oficialmente em dezembro de 1999, o primeiro Laboratório de Hipnose Forense, considerado o único do país.
Hipnose, Misticismo, Ciência e Parapsicologia
As possibilidades da percepção humana vão muito além do já explorado.
Em sessões de hipnose é frequente observar fenômenos que costumam ser atribuídos à competência da Parapsicologia.
Contudo, a bem de não se recair em imponderações científicas, ou mesmo
propensões de fundo sectário qualquer (espiritual, religioso etc.), é
preciso cautela a respeito, pois muitos casos que são referidos como
manifestações parapsicológicas são, em realidade, manifestações ou
expressões, sim, de outros estados da consciência — estados alterados da
consciência.
Fenômenos assim podem ser provocados e treinados por sugestão ou
podem aparecer espontaneamente. Mas, em qualquer caso, podem ser
examinados em estado hipnótico. Muitos pacientes experimentam a sensação
de flutuar fora do próprio corpo e poderem se deslocar a outros
lugares. Outros afirmam saber o que ocorre à distância etc..
Costuma-se, também, associar à hipnose o suposto acesso a vidas
passadas, que traria, também, por suposto, a conexão com a ideia de reencarnação.
Contudo, a bem do rigor científico e da seriedade que deve pautar toda
investigação da / na natureza, o que quer que se dê durante sessões de regressão hipnótica para além da "fronteira anterior ao nascimento" da pessoa hipnotizada nada permite afirmar inequivocamente, a favor ou contra, a preexistência da pessoa em vida(s) passada(s), como pretendem os reencarnacionistas.
A mesma cautela deve ser reportada no trato da chamada Terapia de Vidas Passadas
– TVP, de modo que, com ou sem hipnose, não se façam afirmações
eventualmente infundadas, não suportadas por citérios observantes do método científico.
Ao que pese o misticismo que atravessa a TVP, muito mais por razões de
crendices do terapeuta do que da TVP propriamente dita.
Hipnose é, pois, em última análise, um estado não-ordinário de consciência, com todas as suas idiossincrasias
que a caracterizam univocamente, e pode ser utilizado em benefício so
ser humano em praticamente todas as facetas da sua vida, como visto.
Hipnologia, como estudo da hipnose, é um instrumento de estudo da mente humana, sob o aspecto da consciência, capaz de suscitar respostas impressionantes. Contudo, há muito a ser conhecido e explicado a respeito.
Disposições legais
A legislação do Brasil não restringe o uso da hipnose apenas a médicos, odontólogos e psicólogos.
Todos os profissionais que aprenderam as técnicas de hipnoterapia, e
cada qual em sua área específica de atuação, podem utilizar esta técnica
sem nenhuma restrição. O fato é que a Hipnose é uma técnica de livre
exercício, podendo, portanto, ser utilizada por qualquer profissional
capacitado para tanto.
As controvérsias sobre se outros profissionais além da área de
saúde podem usar a hipnose, foram criadas por grupos exclusivistas que
se "auto-regulamentam" para beneficiar-se como sendo os únicos
"proprietários" desta técnica, tentando burlar a boa fé de pessoas sem
conhecimento jurídico, contrariando a legislação brasileira. Nada impede que profissionais da saúde, tais como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, enfermeiros e paramédicos, entre outros, se utilizem de hipnose para beneficiar a seus pacientes. No entanto esta técnica não é nem privativa e nem exclusiva destas profissões médicas.
Se existem aqueles que consideram a hipnose adequada apenas se receitada em razão de um diagnóstico médico específico, a experiencia mostra que é principalmente a prática quem determina a capacidade de uso da técnica e, assim, esta poderia ser uma ferramenta útil para um maior número de profissionais.
Por outro lado, aqueles que defendem a sua disseminação entre outras
profissões destacam a quantidade de benefícios que pode trazer, se mais
praticantes preparados e certificados em hipnose pudessem oferecer o seu
trabalho à população, seja na redução de distúrbios psicossomáticos, como também evitando justamente o mau emprego da hipnose por praticantes habilitados. >Deveríamos
observar que, não há maiores e nem mais bem treinados hipnotizadores do
que os publicitários das agências de publicidade que induzem, de forma
repetitiva e criando receptividade do inconsciente das pessoas, para os
produtos que seus clientes pretendem ver consumidos. Esta é uma das
razões pelas quais não cremos que se restrinja o uso da hipnose à area
de saude.
Quem é susceptível de ser hipnotizado? Nem toda as pessoas são
hipnotizáveis. Hilgard fez experiências com estudantes universitários e
só 25% foram hipnotizáveis; e desses só ¼ entrou em transe profundo.
Os fatores que interferem são:
Idade A susceptibilidade à hipnose aumenta até mais ou menos aos dez
anos, depois diminui à medida que os indivíduos se tornam menos
conformistas.
Personalidade
- São mais susceptíveis as pessoas que tendem a envolver-se com as suas fantasias.
- São menos susceptíveis as pessoas que:
- Se distraem facilmente
- Têm medo do novo e diferente
- Revelam falta de vontade de obedecer ao hipnotizador
- Revelam falta de vontade de ser submissas.
Dentista Hipnotizador - Entrevista:
Já há algum tempo eu vinha querendo falar sobre o tema hipnose aqui no blog. Felizmente, na semana passada a minha vontade foi de encontro à disponibilidade do Dr. Pinard Assis Cunha, cirurgião dentista e hipnoterapeuta, em me conceder a entrevista que você lê agora:
- Qual a sua formação acadêmica?
Sou cirurgião dentista e tenho formação em Terapia Ericksoniana pelo Instituto Milton Erickson de Belo Horizonte-MG, credenciado pelo Instituto Ibero-Brasileiro de Hipnose Condicionativa.
. - O que é hipnose?
O que mais tem definido a hipnose e é um consenso mundial na literatura é que: hipnose é um estado de consciência especial em que o cérebro é capaz de modificar suas ondas de um estado de ondas alfa (acordado) até os estados mais profundos, e ainda assim o paciente se manter calmo e em semelhança ao sono natural. O embasamento da neurofisiologia da hipnose mais aceito no meio cientifico é respaldado nas pesquisas sobre os reflexos condicionados de Pavlov.
. - Como a hipnose pode ajudar quem tem medo de dentista?
Como técnica, a hipnose se limita a não mais que isso. Porém quando usada como ferramenta de trabalho pelo cirurgião dentista, o médico ou o psicólogo, se torna um poderoso recurso terapêutico com inúmeras indicações. Ela pode ser usada para:
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–> Afastar o medo;
–> Na aceitação do uso de próteses;
–> Como substituta da anestesia pra os casos em que o paciente não tolera certas drogas;
–> Acalmar o paciente antes de cirurgias;
–> Permitir que o paciente durma durante um procedimento, se quiser;
–> Facilitar a moldagem de pacientes que têm ânsia de vômito;
–> No tratamento do bruxismo (ranger de dentes);
–> Para evitar a onicofagia (hábito de roer as unhas);
–> No tratamento de problemas de ATM (articulação da mandíbula) e dores orofaciais de origem psicossomática;
–> Em pacientes em quimioterapia e radioterapia (para aceitação do tratamento e alivio dos efeitos colaterais e ansiedades).
. - No que consiste a hipnoterapia?
É a terapia com o uso de hipnose para atender a um determinado interesse do paciente, seja qual for a natureza do mesmo. Primeiramente é feita uma anamnese do paciente para a coleta de informações de sinais e sintomas clínicos a serem tratados, medicamentos em uso, tratamentos médicos realizados e dados cognitivos – comportamentais do paciente. Feito isso, faz-se também uma análise anamnésica subjetiva (como o paciente percebe o problema e como tem lidado com ele) para a coleta de dados úteis à formulação das sugestões.
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Pelo tempo de atividade clínica no uso da hipnose, nós desenvolvemos uma ficha clínica que nos permite uma coleta de dados bem detalhada, que nos auxilia no trabalho da hipnoterapia. Só então, se nenhuma informação apontar a necessidade de complementação com exames médicos, radiográficos, de imagem ou mesmo uma avaliação médica, é que se iniciará a sequência de sessões, nas quais o paciente será tratado com o uso da hipnose e, portanto, utilizará do desenvolvimento dos transes terapêuticos. Vale ressaltar que o tratamento com hipnose pode ser concomitante ao tratamento psicológico (ou este subsequente àquele).
. - É o próprio dentista que faz a hipnose ou é um trabalho conjunto entre dentista e hipnoterapeuta?
É o dentista com a devida formação e preparo para tal. Legalmente, no Brasil, a hipnose clinica só pode e deve ser aplicada com finalidade terapêutica por dentistas, médicos e psicólogos. Existem, claro, em cada profissão as suas peculiaridades, mas em alguns casos elas se tornam próximas, cabendo a cada profissional reconhecer os seus limites e conduzir-se e pautar-se pela ética, pois assim ele preserva a si e ao paciente.
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Vale lembrar que foram os dentistas quem introduziram a hipnose no Brasil como terapêutica, e os primeiros a terem conquistado por lei o direito de seu uso clínico, ainda na década de 60.
. - Existe algum curso de hipnose para dentistas que queiram utilizar esse método em seus consultórios?
Sim. Existem Institutos de Hipnose Ericksoniana em quase todo Brasil. Mas é importante se certificar se esses são afiliados ao Instituto de Hipnose Ericksoniana de Fênix, Arizona, EUA. Pois assim haverá uma boa formação sem os riscos de um aprendizado distorcido. A APCD de São Paulo é um excelente centro de ensino e confiável. - P: Eu vou dormir ou ficar inconsciente durante o transe? R: A verdade é que a questão de inconsciência depende muito da profundidade do transe. Na grande maioria das vezes não há necessidade de inconsciência durante a hipnose para fazer uma mudança. Então, não. É bastante provável que você não vá ficar inconsciente durante o processo.
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O que é a Hipnose? Como funciona?
- P: Com que mentalidade eu devo chegar no escritório de hipnose?
R: A mentalidade do cliente, assim como do hipnotista, é muito importante para facilitar alcançar o resultado desejável. Todos podemos resistir tudo que é dito a qualquer momento, assim como podemos aceitar tudo o que vai de acordo com nossos valores e vontade. A pessoa deve enteneder isso antes de ir a um escritório de hipnose. Também, não é necessário ter "fé cega" no hipnotista ou na hipnose ou qualquer coisa do gênero para receber os seus benefícios e alcançar o que se deseja através dela. O estado mental propício pode ser expressado mais ou menos pela seguinte frase: "estou aberto(a) a fazer tudo de boa-fé, desde que esteja de acordo com os meus valores, e expermentarei para ver no que vai dar."
- P: Vou ser controlado(a) pelo hipnotista? Podem me fazer cacarejar como uma galinha ou contar segredos?R: Não. O hipnotista não pode controlar ninguém. Ainda, alguns praticantes da hipnose, os hipnotistas de palco, se interessam em criar a ilusão de que podem fazê-lo. Para isso, eles utilizam leis específicas da mente, tais como a dissociação, que chega a criar na própria pessoa a sensação de não estar fazendo o que faz. Você não será controlado através da hipnose e nem contará segredos. Não é assim que funciona a hipnose: talvez, em certos momentos, o hipnotista não estará se comunicando e negociando uma mudança com você de maneira consciente, mas estará no mínimo fazendo isto de maneira inconsciente. De um modo ou de outro, não há como a sua vontade não ser respeitada, pois nada lhe forçará a fazer algo que não se sinta com a vontade. Em momento algum algo do que é pedido durante uma sessão não será de boa fé e digno dos mais altos padrões de valores.
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Referências Bibliográficas
- FACIOLI, Adriano. Hipnose: fato ou fraude?. Campinas (SP), Brasil: Editora Átomo, 2006.
- FERREIRA, Aurélio. Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro (RJ), Brasil: Nova Fronteira, 2000
- LOPES, Leon. Sugestões que curam: a hipnose como recurso terapêutico em saúde mental. Monografia de Graduação em Psicologia. Universidade de Fortaleza - UNIFOR, 2003. (http://www.comportamento.net/artigos/monograf.htm, acesso em 2005.07.18).
- WHITE, John (Org.). O mais elevado estado da consciência. São Paulo (SP), Brasil: Cultrix-Pensamento, 1997.
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