sábado, 30 de julho de 2011

MENTIRA NA REDE


Emails comerciais tem uma carga muito maior de mentiras do que comunicações escritas de maneira tradicional com caneta e papel, uma nova pesquisa sugere. Pesquisas anteriores também fortalecem esta noção e também descobriram que ligações telefônicas têm ainda mais balela do que notas escritas.
Dois novos estudos indicam que os emails no ambiente de trabalho são mais enganadores do que comunicações escritas à mão e que as pessoas pensam que suas distorções são justificadas.
“Há uma preocupação crescente no ambiente de trabalho sobre as comunicações por email, pois é um fator de confiança”, disse Liuba Belkin, co-autora dos estudos e professora da Universidade de Lehihg, nos EUA. “Você não tem o luxo de observar pistas não verbais e comportamentais através de emails. E em um contexto organizacional isso deixa muito espaço para má interpretação e, como vimos em nosso estudo, engano intencional.”
Em um dos estudos os pesquisadores deram U$ 89 para 48 estudantes de MBA de tempo integral para que fossem divididos entre eles e uma pessoa fictícia, que apenas sabia que a quantidade de dinheiro para dividir estaria entre U$ 5 e U$ 100. Havia outra condição: a outra ‘pessoa’ deveria aceitar qualquer oferta que fosse feita para eles. Usando email ou comunicações de papel e caneta, os estudantes reportaram o tamanho do ganho – falando ou não a verdade – e quanto o outro receberia.
A mentira corria solta em todas as situações. Mas os estudantes que utilizaram email mentiram 92% das vezes sobre a quantidade de dinheiro, enquanto apenas 64% mentiram nas notas escritas à mão.
Um segundo estudo utilizou 69 estudantes de MBA de tempo integral e descobriu que o quanto mais familiar as pessoas que trocam emails são, menores eram as chances de mentiras. Mesmo assim eles ainda mentiram.
“Estas descobertas são consistentes com nosso outro trabalho que mostra que comunicações por email reduzem a confiança e cooperação que vemos em grupos de trabalho profissionais e aumenta a negatividade nas avaliações de performance, exatamente o contrário dos sistemas em papel e caneta”, disse Terri Kurtzberg, da Universidade de Rutgers. “As pessoas parecem sentir-se mais justificadas ao atuar de maneiras egoísticas quando estão digitando do que quando escrevem.”
Terri também disse que não há como extrapolar este tipo de estudo para o mundo real e avaliar o quanto as pessoas mentem. Mas “é uma forte sugestão de que isso está acontecendo”.
Mas por pior que sejam os emails, um estudo de 2004 descobriu que as pessoas tendem a mentir o dobro em conversações telefônicas, em comparação com o email. Eles tiveram que manter diários sobre as suas comunicações, o que levou os cientistas a descobrirem que mentiram 14% nos e-mails, 21% nas mensagens instantâneas, 27% em conversações cara-a-cara e 37% em ligações telefônicas.
Os pesquisadores acreditam que as mentiras estão ligadas à auto-estima.
Mas o trabalho parece ser a alcova da desonestidade. Um estudo publicado no Journal of Consumer Research em 2006 descobriu que as pessoas estão dispostas a mentir aqueles que conhece e, de fato, nós temos “mais chance de turvar a verdade com colegas de trabalho do que com pessoas totalmente estranhas”.
“Nós queremos passar uma boa imagem quando estamos na companhia de outros (especialmente em relação às pessoas que mais nos importam) e queremos proteger nosso valor próprio”, disse a pesquisadora principal Jennifer Argo, da Universidade de Alberta. [LiveScience]

Nenhum comentário:

Postar um comentário